O termo ginecomastia, do grego mamas femininas, é causada por um desenvolvimento excessivo no tecido da região mamária masculina.
A ginecomastia pode ocorrer em pessoas de todas as idades. Em recém-nascidos, a causa mais comum costuma ser uma reação ao contato com o estrogênio da mãe durante a gestação. Nesses casos, a ginecomastia costuma se resolver rapidamente.
Em adolescentes, o problema costuma acontecer por volta dos 14 anos de idade e pode afetar tanto apenas uma quanto as duas mamas. Nesses casos, a ginecomastia se deve a um aumento tardio na quantidade de testosterona nos meninos em relação à quantidade de estrogênio que é bastante comum durante a puberdade.
Quando o problema afeta adultos mais velhos, ele pode estar diretamente relacionado à queda nos níveis de testosterona no organismo, andropausa.
A maioria dos casos de ginecomastia apresenta-se na puberdade, com uma incidência de 65% nos jovens entre 14 e 15 anos. Essa condição desaparece durante os últimos anos da adolescência, apresentando-se apenas em 7% aos 17 anos de idade. A incidência aumenta com a progressão da idade, atingindo até 30% nos homens idosos.
Apesar de a maioria das ginecomastias serem idiopáticas, várias etiologias têm sido apontadas como causadoras de aumento mamário. Isso ocorre devido a uma queda no índice de testosterona que podem estar associadas a alterações patológicas ou exógenas. As causas podem ser:
POR DEFICIÊNCIA DA PRODUÇÃO DE ANDRÓGENOS
-Viral, traumática, criptorquidia, alterações cromossômicas ( Sind. De Klinefelter), Sind. Da feminilização testicular;
NEOPLASIAS
– carcinoma de adrenal, tumores de células de Leydig, tumores de células de Sertoli, Ca testicular, Ca pulmonar, Ca hepático;
ALTERAÇÕES METABÓLICAS
– cirrose hepática, insuficiência renal + diálise, hipertiroidismo, desnutrição + realimentação;
MEDICAMENTOSA
– exposição a hormônios esteroides anabolizantes, exposição ao estrogênio;
– maconha, heroína, digital, espirolactona, metildopa, captopril, cimetidina, cetoconazol, isoniazida, reserpina, diazepan, finasterida, antidepressivos tricíclicos, anfetaminas, etc.
Uma história clinica enfocando a idade do paciente, o tempo de duração, a presença de sintomas mamários ou sistêmicos e a alteração de peso devem ser abordadas. Como a grande maioria dos casos acontece durante a puberdade devido ao desequilíbrio hormonal, a ginecomastia é, na maioria dos casos, uma condição benigna, tratável e corrigível.
O aumento das mamas em homens pode ser extremamente constrangedor, especialmente para adolescentes. A boa notícia é que existe tratamento para o problema. Ele pode ser feito tanto por terapia hormonal, que bloqueia o efeito do estrogênio, como por meio de uma intervenção cirúrgica que reduz o tamanho da mama.
A técnica cirúrgica depende do tipo de ginecomastia e do seu grau. Existem basicamente duas técnicas, que podem ser utilizadas separadamente ou em combinação: lipoaspiração e mamoplastia.
Na maioria dos casos, a cirurgia consiste em realizar uma incisão pequena em forma de semicírculo na parte inferior da aréola, na transição da areola para a pele. A cicatriz não é aparente e fica praticamente imperceptível com o tempo. O cirurgião retira a glândula de consistência dura e aumentada, que deverá ser examinada por um anatomopatologista. Nos casos de ginecomastia adiposa, a cirurgia pode ser feita com lipoaspiração da gordura mamária. Nesse caso, o ‘caroço’ que se apalpa é pequeno e o tratamento pode ser feito através de um pequeno orifício, praticamente imperceptível ao fim de algum tempo. Embora raras, as complicações mais comuns são o hematoma, deiscência de pele, infecção e sofrimento de pele (necrose).
O resultado pode ser observado já nos primeiros dias com a redução do edema. A recuperação da auto-estima do paciente é muito gratificante, pois existe um retorno as atividades antes deixadas de lado por estigmas causados pelo formato da mama.